#PeloCarinhanhaVivo# Chamamento dos Movimentos Sociais para as audiências públicas

Companheiros e amigos na luta,

Segue, abaixo, um infomativo dos movimentos sociais em luta CONTRA a construção das PCHs no CARINHANHA.

O rio CARINHANHA é um dos principais afluentes do rio São Francisco sem nenhum intervenção! 

Pedimos a todos e todas que una-se ao nosso movimento e compareçam as audiências públicas. 

Já tem data e local:

BONITO DE MINAS: 18/06 ás18:00 no Poliesportivo

COCOS/BA:  20 de junho, as 18:00h no Ginásio de Esportes – Adão P. Lopes,

#PeloCarinhanhaVivo

Instituto Rosa e Sertão 

PEQUENA CENTRAL HIDRELÉTRICA - PCH

         

Ao contrário do que muita gente imagina uma barragem não é uma simples barreira. Para se ter uma ideia, as barragens que estão querendo construir no rio Carinhanha, chamada PCH Gavião e PCH Caiçara possuirão (se o povo deixar) um paredão de concreto de 550 metros de comprimento e 10 metros de altura. (Isso porque PCH quer dizer Pequena Central Hidrelétrica). Além das PCHs Gavião e Caiçara, ainda estão previstas para o rio Carinhanha mais 05 (cinco) hidrelétricas, certamente, não menores que essas, e mais 16 (dezesseis) no rio Itaguari e 03 (três) no Riacho do Meio.

As comunidades que não possuem energia elétrica não receberão energia em suas casas, pois o próprio RIMA - Relatório de Impacto Ambiental apresenta que a energia produzida sairá da casa de força direto para uma rede de (Alta tensão) em Montalvânia (MG) e cairá no Sistema Nacional administrada pela CEMIG.

Queremos sim energia para todos, mas com alternativas para a geração da mesma, que não mate nossos rios, nossos peixes e acabando com nosso sustento e sossego.

A empresa apresenta, ainda, que os principais usos dos rios são destinados à pesca, banho, natação, beber e cozinhar, lavar roupa e louça e matar a sede dos animais. E a produção? E os alimentos que os trabalhadores cultivam nas beiradas dos Rios? Por que a empresa não cita essas questões no RIMA?

Se não lutarmos contra essas barragens não teremos mais acesso ao Rio, pois além do lago que querem fazer, alagando uma área de 865 hectares de terra e na outra 790 hectares, irão construir uma área de 50 metros quadrados, as chamadas Áreas de Preservação Permanente (APP). 

PREJUIZOS ÀS COMUNIDADES

Observando a foto abaixo se vê uma bela paisagem rica em flora e fauna, que muitos países do mundo não têm.

Com a construção das barragens, essas áreas irão desaparecer: Diversos animais, pássaros em geral, vegetação rasteira, árvores frutíferas como o pequi, buriti, mangaba, caju e tantas outras que alimentam a população e bichos desaparecerão;

Os ribeirinhos não terão mais espaços para exercerem suas atividades agropecuárias, pesqueiras e de coletas extrativistas;

Desaparecerá, também, a história, a cultura, os costumes, casas, igrejas, escolas, cemitérios, sítios, rodas d’água, plantações em geral, casas de farinha, engenhos, alambiques, enfim, tudo ficará debaixo de um grande lago de água podre.

A energia produzida no Brasil é suficiente para seu consumo.

DESVANTAGENS DAS PCHs

Cidade de Miraí atingida pela lama tóxica, cobrindo vários bairros e atingindo as moradias, após rompimento da barragem. Foto Axel Grael (2007).

 

Além de todas as consequencias causadas pelas barragens, existe o risco real de rompimento do paredão, devido ao solo ser muito arenoso e ainda não ter sido encontrada a rocha de sustentação do subsolo. (informação que a empresa omitiu no RIMA). Seria uma CATÁSTROFE jamais esquecida.

Com o obstáculo das PCHs, o acesso às cabeceiras dos rios será interrompido, impedindo que a piracema aconteça, exterminando várias espécies de peixes.

O Município de Côcos não receberá os impostos dessa produção de energia elétrica, pois os mesmos serão arrecadados pelo Município de Bonito de Minas - MG.

Á área alagada da PCH Gavião, mais a Área de Preservação Permanente (APP) ocupará cerca de 10,5 km² e serão cercadas e proibido o acesso de qualquer pessoa até para pegar água.

Expulsão dos moradores de suas terras (muitas delas com mais de 200 anos de tradição das famílias) para lugares desconhecidos e sem estruturas de vida digna.

A energia elétrica que será transmitida por essas barragens não beneficiará diretamente os moradores dessas localidades, pois será gerada para abastecer as grandes cidades.

“Tudo o que acontece no mundo, seja no meu país, no meu Estado, na minha cidade ou na minha comunidade acontece comigo. Então eu preciso participar das decisões que interferem na minha vida”.

(Herbert de Souza, o Betinho)

As Entidades envolvidas nesta causa, CONTRA as barragens, convidam os coquenses em geral para uma AUDIÊNCIA PÚBLICA, será realizada no dia 20 de junho, as 18:00h no Ginásio de Esportes – Adão P. Lopes, convocada pelo IBAMA e outros.

Essa audiência, que será realizada em Côcos, deverá contar com o maior número de pessoas possível, porque é a partipação popular que decidirá sobre o presente e futuro das novas gerações.

A sua omissão poderá contribuir com irreparáveis danos ao nosso Município e região.

“ Energia para que e para quem? É para o povo ribeirinho? Ou para as obras da copa? Ou para a indústria?”

Somente com Organização Popular iremos transformar a nossa realiade.