Nos últimos dias, no município de
Chapada Gaúcha, as discussões pós-eleição vêm se desenvolvendo de forma muito
peculiar e triste, utilizando-se de redes sociais para movimentos de desabafos,
ofensas e discriminação.
Sobre isso percebemos que somos capazes de colocar as mais
duras palavras em nome de uma disputa política, mas não somos capazes de
colocarmos as palavras de luta e irmos às ruas pelos acontecimentos diários que
impedem o Brasil de ser orgulhar de ter um povo que ainda sonha e busca sua
verdade.
Em especial, o nosso município
passa por um momento peculiar em que uma zona de conforto faz com que as
pessoas sejam tratadas como torcedores de futebol e não como eleitores. Mais
respeito é preciso. Se as formas pejorativas de tratar o outro nas redes sociais foram um
desabafo, sinto muito. Ainda falta sabedoria e luz!
Percebemos neste momento que está em jogo é a
administração pública e não os laços de amizades, compadrio e trabalhistas. Não
vale apena se a alma é pequena.
Desejamos que o novo administrador seja competente e siga a sua plataforma política, mas que sejamos ativos para acompanhar. Esqueçam da famosa frase “eu não dependo da prefeitura”! Somos a cidade que moramos, pois nem todos podem se enclausurar em suas casas para não ver o que espera na rua.
Por uma rua melhor, por uma rua
de cultura, por uma rua com alma lírica, por uma rua segura.
Enfim, gostaríamos muito que ambos
os lados entendessem que estamos tratando de PESSOA, SER HUMANO!!! Pessoas que
tem suas famílias e seus filhos para zelar e ensinar que a política não se faz
com injurias ou discriminação.
Mineiros e Gaúchos sempre tiveram
suas diferenças culturais, mas não façam disso bandeiras de lutas. HÁ MUITAS
COISAS PARA QUE FAÇAMOS DE BANDEIRAS: Homofobia, violência doméstica, a entrada
do CRACK, Abuso Infantil, Trabalho Infantil, Seca, Justiça ambiental, Justiça Social,
por mais Cultura, Educação e Lazer.
Chapada tem sua história que se
inicia antes do projeto de assentamento em que comunidades tradicionais, há
mais de 300 anos, permanecem neste território com os seus modos de vida e sua
forma de entender a terra. Vem então o projeto de "desenvolvimento"
,na década de 70, e transforma uma parte deste território numa forma de
entender a terra e o modo de vida
oriunda do Rio Grande do Sul. E ai? É desta forma que resolveremos a questão? Um
é melhor que o outro por isso? Uma parte da história está guardada e isso causa
o desconforto. Vamos discutir isso, mas não é aqui.
Chega de levantarmos ao ar que “vivemos de
agricultura e sem ela não comeríamos”, ou que “aqui tinha mineiro antes da chegada deles”. Será que assim que vamos
construir um lugar melhor para o hoje e, conseqüentemente para o futuro?
Contraditório ou não se fundou
uma cidade administrativa, basta agora lutarmos para que isso seja o que de
fato é nosso direito.
Podemos apontar que o que está em jogo não
é a relação mineiros e gaúchos, mas sim tentarmos entender: produção, respeito aos direitos territorias e ambientais e qualidade de vida para aqueles que aqui residem.
Enquanto se discuti de forma agressiva a relação
entre povos o tempo corre e as lutas sociais enfraquecem. É isso que queremos?
Vamos mesmo nos apegar a palavras de provocação? Será que o facebook é o melhor
lugar para esse movimento? Até que ponto se pensa no município de fato? E
aqueles que estão rindo com esse acontecimento? E aqueles que choram de
tristeza com este movimento?
Como proposta convidamos os parceiros, as pessoas que querem adentrar este debate a pensar um debate, em 2013, para discutir
uma proposta de gestão participativa e, quem sabe, o sonhado “calendário integrado
de ações” que encampamos – enquanto sociedade civil organizada - há mais de
três anos .Que venham as secretarias municipais com seus planejamentos anuais,
a iniciativa privada e sociedade civil.
A insatisfação não é vencida com insatisfação e as nossas ações refletem em nossas práticas.
Estamos abertas a contribuir na
abertura de um diálogo profundo e fomentar o trabalho em rede por um lugar
melhor agora!
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