domingo, 30 de setembro de 2012

"Tempo de Política": algumas reflexões


O programa Prosa e Sertão, realizado na rádio comunitária de Chapada Gaúcha, nasceu de uma proposta muito especial apresentada por Camila - antropóloga e colaboradora do Instituto Rosa e Sertão - em 2008. Neste tempo, ainda com o nome "Prosa da Coop", estabelecemos nossas diretrizes e modelamos o seu formato. Foi reconfigurado em 2010, após um ano sem entrar ao ar e, desde então, é dirigido atualmente pelo Ponto de Cultura - Daiana e Diana - e por mim todas as manhãs de sábado das 8h00 as 9h00.

O objetivo maior é levar a informação ligada às políticas públicas da área da Cultura e Meio Ambiente, disponibilizar as ações e resultados dos projetos realizados no território e, como seu nome já indica, muita prosa e música.

Em especial, no programa de 29 de setembro, realizamos uma programação voltada ao significado da Política e seus desafios junto à população em "tempos de política*". Foi relatada a experiência vivida  pelos diversos brasis e, com isso, abarcando algumas reflexões voltadas ao nosso lugar e dos demais municípios pequenos em todo o país.

Uma das reflexões teve como base a importância de desmistificar a categoria "ajuda" e "amigo" para com a relação eleitor/candidato e/ou candidato/eleitor e, como já indicado por muitos eleitores, o "dar algo" como base de muitas campanhas Brasil afora. Este movimento de “dar ou receber algo” a cada ano se modela, indicando, muitas vezes, a ausência do Estado e o fortalecimento para entrada de assédios morais e econômicos*. Esta ausência, percebida mais fortemente na área da saúde pública, moradia e segurança alimentar.

Estes pontos que aqui apresentamos, realça ainda mais nestes "tempos de política" em que o ato de "políticar*" se torna assunto indispensável, presentes  na padaria, ao  andar pelas ruas, ao fazer sua feira no supermercado ou mesmo em tarde de passeio na praça.

Outro ponto que aqui poderíamos observar, e  é legível, é o interesse despertado em alguns de nós é o interesse em saber quem vai "levar a prefeitura", mais do que como será administrada e a participação da população neste espaço. As cores dos partidos indicam a divisão de núcleos adversários e sua simbologia, ainda mais feroz neste tempo, provoca inimizades. Pela primeira vez, percebemos que as cores são encaradas como vestimentas e armas e, caso não se enquadre neste bicolor, pode ser fatal a sua permanência nestes territórios ou mesmo identificada como avessa a qualquer possíbilidade de "melhora do município".

O pedido é para que reflitamos mais neste "tempo". O que buscamos enquanto municípes? O que de fato nos levaria a fidelidade partidária ou fidelidade com laços de amizade? Quem coloniza quem nesta relação?

Que consigamos perceber as verdadeiras propostas que nos levam a discutir política pública e, a partir desta construção, possibilitar formação de espaços políticos em que as pessoas sejam respeitadas.

Desejo uma ótima semana e que nossas lutas não se percam e que "endurecer é preciso, mas perder a ternura jamais".

Aos candidatos desejo luz e sabedoria e, a nós eleitores, memória, confiança e sabedoria, pois são elementos essenciais para depois do "tempo da política".



Damiana Campos

Referências bibliográficas

*PALMEIRA, Moacir e GOLDMAN, Marcio (orgs.). 1996. Antropologia, Voto e Representação Política. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria. 240 pp. 
*Seria necessário uma reflexão mais aprofundada para este movimento de corrupção e assédio para além do que percebemos.
*Expressão usual neste tempo - é percebida como o ato relatar e saber sobre os comentários, as fofocas ou possíveis alianças partidárias e pessoais.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Daqui a pouco Sarau poético com o Ponto de Cultura Seu Duchim

Hojé é dia da árvore, todo dia é dia da árvore.
Hojé é dia de poesia, todo dia é dia de poesia.

Um poema em cada árvore ao som de música, poesia e ciranda!

Onde? Praça Central
Com quem? Meninos e meninas do Ponto de Cultura Seu Duchim, comunidade e quem mais quiser chegar!
Que dia? 21/09
Que horas? 18:00

Um poema para você!

Dia 21 - Um poema em cada árvore

Dia 21 de setembro de 2012 será realizado o Um poema em cada árvore (Mobilização Nacional), quando acontecerá em diversas cidades brasileiras uma edição simultânea do Um poema em cada árvore - iniciativa de incentivo à leitura que utiliza as árvores como suporte de leitura.


Neste dia em que se comemora o Dia da árvore, uma rede poetas, educadores, agentes culturais e sociais estarão mobilizados em levar a poesia aonde o povo está.

O Um poema em cada árvore é uma iniciativa de incentivo à leitura realizada desde agosto de 2010 na cidade de Governador Valadares, Minas Gerais.

Idealizada pelo poeta Marcelo Rocha e realizada pelo Instituto Psia, a iniciativa caracteriza-se por utilizar as árvores como suporte para a leitura, pendurando mensalmente poemas de poetas desconhecidos do grande público nos oitis valadarenses.
 
Esta foi uma forma encontrada para construir novos espaços de fruição poética, ampliar o acesso da população à poesia e colocar o trabalho de poetas anônimos em contato com novos públicos.

O Um poema em cada árvore foi uma das iniciativas premiadas com o Prêmio Vivaleitura 2011, concedido pela OEI - Organização dos Estados Ibero-Americanos, Ministério da Cultura, Ministério da Educação e Fundação Santillana.

A repercussão nacional do projeto somada à sua característica pioneira e de fácil replicação permitiu que diversos poetas, educadores, agentes culturais e sociais brasileiros manifestassem interesse em realizar o Um poema em cada árvore em suas cidades.
 
Ao encontro dessas maravilhosas manifestações será realizado no Dia da Árvore (21 de setembro) o Um poema em cada árvore (Mobilização Nacional) em 83 (oitenta e três) cidades de 24 Unidades Federativas brasileiras, constituindo assim uma rede de poetas, educadores,agentes culturais e sociais mobilizados em fomentar ainda mais as intenções do projeto no que refere à conquista de novos espaços de fruição poética, ampliação do acesso da população à poesia, divulgação do trabalho de poetas desconhecidos do grande público e elevação do índices de leitura em nosso país.
 

CIDADES PARTICIPANTES:
 
1. ALEXANDRIA - RN
2. ALMENARA - MG
3. ALTA FLORESTA - MT
4. ANÁPOLIS - GO
5. BACABAL - MA
6. BAGÉ - RS
7. BELO HORIZONTE - MG
8. BOQUEIRÃO - PB
9. BRASÍLIA - DF
10. CAMPINA GRANDE - PB
11. CAMPO GRANDE - MS
12. CAMPO NOVO DO PARECIS - MT
13. CARMOPOLIS DE MINAS - MG
14. CERQUILHO - MG
15. CHAPADA GAÚCHA - MG
16. CONSELHEIRO LAFAIETE - MG
17. CONTAGEM - MG
18. CURITIBA - PR
19. DELTA - MG
20. DOURADOS - MS
21. ENTRE RIOS DE MINAS - MG
22. ESPLANADA - BA
23. FORTALEZA - CE
24. FREDERICO WESTPHALEN - RS
25. GARÇA - SP
26. GOVERNADOR VALADARES - MG
27. GUARANÉSIA - MG
28. IBATEGUARA - AL
29. ILHÉUS - BA
30. ITABUNA - BA
31. JANUÁRIA - MG
32. JARAGUARI - MS
33. JUAZEIRO DO NORTE - CE
34. JUÍNA - MT
35. LAGAMAR - MG
36. LAPÃO - BA
37. LARANJAL - MG
38. LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA - BA
39. MACAPÁ - AP
40. MAJOR SALES - RN
41. MANAUS - AM
42. MARABÁ - PA
43. MARAVILHA - SC
44. MARIANA - MG
45. MARINGÁ - PR
46. MATA GRANDE - AL
47. NITERÓI - RJ
48. OSASCO - SP
49. OURO BRANCO (ITATIAIA - ZONA RURAL) - MG
50. PETRÓPOLIS - RJ
51. PIAÇABUÇU - AL
52. PIRAJU - SP
53. POÁ - SP
54. PONTE NOVA - MG
55. PORTO ALEGRE - RS
56. PORTO VELHO - RO
57. PRATA DO PIAUI - PI
58. QUELUZ - SP
59. RECIFE - PE
60. RIO DE JANEIRO - RJ
61. RIO DOCE - MG
62. RIO GRANDE - RS
63. RIO VERDE DE MATO GROSSO - MS
64. SALVADOR - BA
65. SANTA CRUZ DE GOIÁS - GO
66. SANTA CRUZ DO SUL - RS
67. SANTA MARIA - RS
68. SANTANA - AP
69. SANTIAGO (TERRA DOS POETAS) - RS
70. SÃO FRANCISCO DO CONDE - BA
71. SÃO GONÇALO DO SAPUCAI - MG
72. SÃO JULIÃO - PI
73. SÃO MATEUS - ES
74. SERRA - ES
75. TEIXEIRA DE FREITAS - BA
76. UBAÍRA - BA
77. UBERABA - MG
78. UNAI - MG
79. UNIÃO DOS PALMARES - AL
80. VINHEDO - SP
81. VITÓRIA - ES
82. VITÓRIA DA CONQUISTA - BA
83. XAPURI - AC



POEMAS SELECIONADOS PELO INSTITUTO PSIA PARA A AÇÃO:

  1. Clarice Paes - Campinas/SP – “memória afogada”
  2. Francisco Cleyson de Sousa Gomes - Teresina/PI – “O pouso do haikai”
  3. Jair Barbosa - Belo Horizonte/MG – “rio sem dono”
  4. Karline da Costa Batista - Aracati/CE – “Recital da Goiabeira”
  5. Rafael Luiz Zen - Brusque/SC – “abismo.”
  6. Leonardo Bruno de Araújo Santos - Arcoverde/PE – “Transeuntes”
  7. Luiz Otávio Oliani - Rio De Janeiro/RJ – “Encantamento”
  8. Reginaldo Costa de Albuquerque - Campo Grande/MS – “árvore”
  9. Robson Leandro Soda - Santa Cruz do Sul/RS – “Relíquia”
  10. Rodrigo Domit - Rio de Janeiro/RJ – “Cochicho”
  11. Rosana Banharoli - Santo André/SP – “Visão Nefasta”
  12. Sérgio Bernardo - Nova Friburgo/RJ – “Alfabeto do Verde”
  13. Tatiana Wan-Der-Maas Guimarães - Governador Valadares/MG – “Feriado”
  14. Tom Vital - Belo Horizonte/MG – “Nuvens“
  15. Valdeck Almeida de Jesus – Salvador/BA – “Poema a Gonçalves Dias”


EQUIPE DE SELEÇÃO: Marcelo Rocha; Mariana de Matos e Roberto César Ribeiro Chaves.

Obs: os poemas selecionados pelo Instituto Psia se juntarão aos poemas locais selecionados pelo articulador de cada cidade realizadora da ação.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

POVOS DO CERRADO - Ponto de Cultura Espaço Geral Seu Duchim e Comunidade Quilombola Manzuá

O Ponto de Cultura Seu Duchim e comunidade quilombola Retiro dos Bois dia 14 de setembro em Brasília!!!
Povos do Cerrado de 12 a 15 de setembro de 2012

VII ENCONTRO E FEIRA DOS POVOS DO CERRADO


VII ENCONTRO E FEIRA DOS POVOS DO CERRADO


VII ENCONTRO E FEIRA DOS POVOS DO CERRADO
12 a 16 de setembro de 2012
Memorial dos Povos Indígenas, Brasília/DF
PROGRAMAÇÃO CULTURAL
12 de setembro (quarta-feira)
19h - Espetáculto Teatral `Cerrado - Entre Cascas e raizes `- Grupo Faz de Conta – MG
Espetáculo multimídia que versa sobre a importância do Cerrado, suas águas, as paisagens, a fauna e flora, a histórica ocupação humana em intimidade com o bioma, a cultura popular, a espiritualidade; e logo o descaso, a ignorância, a degradação, e a urgente necessidade de conservação.
20h - ABERTURA - Mesa Institucional, com o Mestre de Cerimônia Josino Medida – MG
22h - Zé Mulato e Cassiano – DF
Zé Mulato e Cassiano se apresentam hoje como o melhor resultado do que foram estes 80 anos de música caipira, raiz, sertaneja, cabocla ou regional não importa. 
 
13 de setembro (quinta-feira)
12h - Dança indigena PETEI TENONDEPORÃRÃ REHE
18h30 - Terno de moçambique - Congo de Catalão – GO
As versões sobre a origem da festa em Catalão são unânimes ao afirmar a influência do congado de Minas Gerais. Atualmente, quase metade dos moradores de Catalão participam da festa de Nossa Senhora do Rosário. A cidade apresenta hoje 21 ternos de congada divididos em 12 congos, dois moçambiques, um penacho, dois vilões e quatro catopés.
19h - Encantadeiras de Babaçu – MA
As encantadeiras são mulheres que mantêm acesa a tradição das cantorias durante a coleta e quebra do coco babaçu. Seus cantos ecoam protestos e demanda por direitos, principalmente o direito ao livre acesso e à preservação dos babaçuais.
19h30 - Sussa - Comunidade Quilombola Sítio Histórico Kalunga – GO
Dança tradicional Kalunga, a Sussa, nascida de tradições africanas, reflete toda a alegria desse povo. Com um ritmo marcado pelo som da viola, do pandeiro, da sanfona e da caixa (espécie de tambor), é uma tradição que envolve toda a comunidade por meio da música e da dança, caracterizada por giros em que as mulheres equilibram garrafas de cachaça sobre a cabeça.
20h - Mambembricantes – DF
O grupo iniciou sua trajetória com um espetáculo de teatro de rua que percorreu ruas e praças do Brasil e de países da Europa, em turnê por Alemanha, Holanda, França -Festival de Teatrode Avignon-e Espanha. Desta experiência nasceu o chamado espetáculo Cênico Musical.
21h - Passarinhos do Cerrado – GO
Passarinhos do Cerrado traz uma proposta musical baseada no estudo da cultura popular brasileira. Repleto de poesias, melodias e arranjos que misturam o ritmo nordestino, o coco, com manifestações culturais regionais como as folias de Reis e do Divino, a congada e a catira.

14 de setembro (sexta-feira)
10h - Maria Jatobá – teatro
Teatro, poesia e música são elementos de arte-educação utilizados na intervenção teatral de Maria Jatobá, que pretende chamar a atenção da sociedade civil sobre a valorização do meio ambiente e das tradições populares que remetem à memória dos povos habitantes do Cerrado, agregando valor sobre sua existência e importância na manutenção do patrimônio natural e cultural.
18h - Espetáculo `Cade o Manzuá` - Ponto de Cultura Seu Duchim de Folias e Grupo de dança Manzuá da Comunidade Quilombola Retiro dos Bois- MG
O espetáculo é uma projeção estética das danças e músicas do grupo tradicional Manzuá, onde o contemporâneo e o tradicional se convergem na produção artística. O Espetáculo envolve o corpo de dança do Ponto de Cultura Seu Duchim e a orquestra feminina de caixa de folia de reis. Integram, também ao espetáculo, o grupo de dança Manzuá da comunidade quilombola Retiro dos Bois, de Januária/Minas Gerais.
18h40 - Reizado de Bebedouro – BA
19h20 - Grupo de batuque do Quilombo do Gurutuba – MG
20h - Sussa - Comunidade Quilombola Sítio Histórico Kalunga - GO
20h30 - Sérgio Perere – MG
Pererê é herdeiro da cultura africana e filho das Minas Gerais. Representa o elo entre as tradições e a contemporaneidade. Em seu expressivo canto, nota-se a presença da força ancestral presente nas manifestações populares como catopés, Moçambique, marujada e, ao mesmo tempo, o swing do jazz, do blues e do soul.

Atração cultural ao longo dos dias
Carlos Machado

Programação Cultural Festival Puroritmo – evento parceiro do VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado

15 de setembro (sábado)
20h – Seu Estrelo e o Fuá do terreiro
20h45 - DJ Wash
21h30 – Pedra Branca
22h45 - DJ Chicco Aquino

16 de setembro (domingo)
17h – Trio Oblivion
18h - DJ Chicco Aquino
18h45 - DJ Tudo e sua gente de todo lugar
20h - DJ Pezão
20h45 Carlos Malta e o Pife Muderno

Brasília sediará encontro de povos e comunidades tradicionais do Cerrado
Na semana em que é celebrado o Dia do Cerrado: 11 de setembro, o Memorial dos Povos Indígenas será palco do encontro dos povos do Cerrado, de suas manifestações culturais e da feira de produtos da sociobiodiversidade.
A Rede Cerrado, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, realizará o VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, de 12 a 16 de setembro de 2012, no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília/DF.
Com o objetivo geral de mobilizar os povos do Cerrado e a sociedade para implementação de ações voltadas para a conservação e o uso sustentável do Cerrado, o VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado será uma excelente oportunidade para dar visibilidade ao Cerrado, incluindo as ricas manifestações culturais dos seus povos e comunidades tradicionais. Deverá reunir cerca de mil representantes indígenas, quilombolas, geraizeiros, vazenteiros, quebradeiras de coco, agricultores familiares, além de organizações da sociedade civil das unidades da federação onde há Cerrado brasileiro (DF, Goiás, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, São Paulo e Bahia).
O Encontro dos Povos do Cerrado, realizado desde 2001, se consolidou como um espaço para: troca de experiências que resultem na conservação do Cerrado e na promoção de meios de vida sustentáveis; valorização das tradições culturais dos Povos do Cerrado; discussão e formulação de posições políticas conjuntas; e divulgação pública dos problemas socioambientais que afetam o bioma, como também das alternativas existentes para o uso sustentável de sua biodiversidade.
Será dividido em três grandes momentos: o encontro; a feira dos produtos da sociobiodiversidade do Cerrado e a programação com as manifestações culturais do Cerrado, além de shows de artistas renomados.
O VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado tem o apoio do MDA, MMA, CONAB, MDS, FUNAI, Petrobras, Rádio Cultura/Secretaria de Cultura/GDF, EMATER-DF, por meio da emenda parlamentar do Deputado Distrital Joe Valle, Memorial dos Povos Indígenas, Projeto Florelos (ISPN/Comissão Européia), Central do Cerrado, PNUD, IBRAM/SEMARH/GDF, Ibama, ICMBio e CESE.
O ENCONTRO
O Encontro terá uma extensa programação que envolve seminários, palestras, oficinas, audiência pública e demais atividades sobre temas relativos à conservação do Cerrado e a seus Povos. Teremos ainda uma Mostra de Tecnologias Sociais para que possamos difundir as tecnologias de produção, uso sustentável, organização social, entre outras voltadas para a transformação social para nossas comunidades.
Será desenvolvido com foco na participação das comunidades e entidades, formalmente filiadas ou não à Rede Cerrado, que atuam em prol da sustentabilidade do Cerrado.
No dia 12/09 teremos à noite a solenidade de abertura com a fala dos Povos do Cerrado, autoridades e apoiadores do evento.
Dia 13/09, ao longo de todo dia, teremos seminários e painéis de debates acerca de assuntos inerentes ao Cerrado, seus povos e seus problemas, com a participação de autoridades e especialistas. Na parte da tarde teremos o Grito do Cerrado.
GRITO DO CERRADO
O Grito do Cerrado será uma grande manifestação pacífica com o intuito de alertar a sociedade e o poder público quanto aos desafios e problemas enfrentados atualmente pelo Cerrado e os povos e comunidades tradicionais que o habitam. Consiste em uma passeata pela Esplanada dos Ministérios, que sairá da Catedral de Brasília no dia 13 de setembro, com destino ao Congresso Nacional.
O Grito do Cerrado terá inicio por volta das 14h na Catedral de Brasília com a tradicional corrida de toras, realizada entre os índios Xavante e os Timbira, mobilizados pela Mobilização dos povos Indígenas do Cerrado - MOPIC.
Às 15h30 haverá audiência pública para debater a realidade do bioma Cerrado, no auditório Petrônio Portela – Senado Federal.
Na ocasião, será entregue aos parlamentares a Carta do Cerrado, documento que considera os posicionamentos políticos e as reivindicações da Rede Cerrado em relação às políticas públicas de proteção ao bioma e sua população.

No dia 14/09 ao longo de todo o dia teremos a realização de várias oficinas simultâneas. Cada participantes poderá escolher a oficina que pretende participar atentando que algumas oficinas possuem numero de vagas limitadas.
A relação de atividades do encontro com os respectivos responsáveis, local e horário de realização serão disponibilizadas em breve no site da Rede Cerrado.
A FEIRA
A Feira dos povos do Cerrado irá promover os produtos e a troca de experiência entre os empreendimentos ecossociais de base comunitários, assim como divulgar as possibilidades de uso sustentável do Cerrado e de sua conservação. Serão cerca de 100 estandes para exposição e comercialização de produtos de cerca de 200 organizações comunitárias.
A PROGRAMAÇÃO CULTURAL
Todo evento será enriquecido com uma intensa programação cultural que deve levar cerca de 20 mil visitantes ao Memorial dos Povos Indígenas. Nesta edição, o evento será integrado com o Festival PuroRitmo, com atrações culturais e uma praça de alimentação sustentável.
Rede Cerrado – 20 anos em defesa dos povos e comunidades tradicionais do Cerrado
Na Rio 92, por ocasião da assinatura do Tratado dos Cerrados, nasceu a Rede Cerrado. Este documento definiu compromissos entre seus signatários para enfrentar as ameaças ao bioma, constituindo-se como o marco histórico e legal da Rede Cerrado.
A Rede Cerrado congrega organizações da sociedade civil que atuam na promoção do desenvolvimento sustentável e na conservação do Cerrado. São mais de 500 organizações identificadas com a causa socioambiental no bioma, que representam trabalhadores e trabalhadoras rurais, extrativistas, indígenas, quilombolas, geraizeiros, quebradeiras de coco, pescadores artesanais, entre outros. A diversidade de atores comprometidos e atuantes no campo político da Rede Cerrado é grande e, sem dúvida, seu maior patrimônio.
O objetivo principal da Rede Cerrado é a luta pela conservação do bioma e a defesa de seus povos e comunidades tradicionais, promovendo justiça social e sustentabilidade ambiental.
Entre as atividades da Rede Cerrado, destaca-se a realização, desde 2001, do Encontro e Feira dos Povos do Cerrado. Um espaço de troca de experiências, de promoção de meios de vida sustentáveis, de valorização das tradições culturais dos Povos do Cerrado, de formulação de posições políticas conjuntas e, ainda, de divulgação pública dos problemas socioambientais que afetam o bioma e das alternativas existentes para o uso sustentável de sua biodiversidade.
A Rede Cerrado também atua estrategicamente em diversos espaços públicos socioambientais para propor, monitorar e avaliar projetos, programas e políticas públicas afetos ao Cerrado e a seus povos.
O Cerrado e seus povos e comunidades tradicionais
O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro, é a savana com maior biodiversidade do planeta (5%). Ocupa quase 1/4 do território nacional (2.036.448 km2), abrangendo o Distrito Federal, os estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, São Paulo, Bahia, Rondônia e porções de Roraima, Amapá, Amazonas e Pará. No Cerrado, moram 25 milhões de pessoas – 15% da população nacional, distribuída em 1.330 municípios.
É conhecido como “berço das águas” ou “caixa d´água do Brasil” por abrigar nascentes das principais bacias hidrográficas brasileiras.
Estudos apontam que existem cerca de 15 mil espécies de plantas no Cerrado, das quais 44% são endêmicas (exclusivas do bioma), além de uma fauna riquíssima, com aproximadamente 300 mil espécies de animais, sendo 90 mil insetos (28% do total de espécies do Cerrado) e 2.500 espécies de vertebrados.
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, 132 espécies do Cerrado constam na lista das espécies ameaçadas de extinção.
O problema central da ocupação territorial e econômica do Cerrado é o caráter predatório do modelo agrosilvipastoril predominante, que ameaça a própria existência do bioma e de seus povos. Até 2010, o Cerrado já havia perdido 48,5% de sua cobertura vegetal e o processo de devastação continua. Hoje, o bioma conta com 54 milhões de hectares ocupados por pastos e 21,56 milhões de hectares por culturas agrícolas.
Ao longo de 12 mil anos de ocupação humana, uma variedade de meios de vida e estratégias de uso e convivência se apresentaram na relação desses grupos com a diversidade ecológica do Cerrado.
Os povos e comunidades tradicionais do Cerrado são a representação atual dessa sociobiodiversidade, como conhecedores e guardiões do patrimônio ecológico e cultural da região. No tocante aos povos indígenas, no bioma encontramos mais de 80 etnias. Já os povos e comunidades tradicionais abrangem quilombolas, geraizeiros, vazanteiros, quebradeiras de coco, entre outros, que convivem com o Cerrado, o conservam e respeitam.
A agricultura familiar e o extrativismo são importantes aliados na conservação dos ecossistemas por formarem paisagens produtivas que proporcionam a continuidade dos serviços ambientais prestados pelo Cerrado, tais como a manutenção da biodiversidade, dos ciclos hidrológicos e dos estoques de carbono.
Povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares comprometidos com a conservação do Cerrado têm um papel extremamente relevante na manutenção do Cerrado em pé.

Serviço
O que: VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado
Quando: 12 a 16 de setembro de 2012
Quando: Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília/DF

Mais informações:
(61) 3327-1081