sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Encontro de Arte, Cultura e Leitura através da Arca das Letras - Comunidade Pequi

Biblioteca rural da Comunidade Pequi - Meninos e meninas da comunidade.
Esta biblioteca começou com o programa Arca das Letras e contava com 200 livros. Hoje através de doações conta com mais de 2.500 livros.
O Arca das Letras foi criado em 2003 pela SRA para incentivar a leitura no meio rural, reunindo esforços de parceiros governamentais e não-governamentais. Instalada na casa de um morador ou na sede de uma associação rural, cada biblioteca tem cerca de 200 livros. As comunidades escolhem os assuntos que formam os acervos, o local onde a biblioteca é instalada e indicam os moradores que serão capacitados como agentes de leitura. Os livros são organizados em caixas-estantes fabricadas por sentenciados das penitenciárias de Petrolina (PE), Mossoró (RN), Fortaleza (CE), Vila Velha (ES) e do Centro de Profissionalização Integrado do Piauí. Os acervos contêm livros nas áreas de literatura infantil, para jovens e adulto, de saúde, agricultura, meio ambiente e livros didáticos para pesquisa escolar. O MDA conta também com o apoio do Banco do Brasil/Projeto BB Fome Zero/CCBB, do Ministério da Justiça/Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Cultura, das prefeituras, dos governos estaduais e dos movimentos sociais de trabalhadores rurais. (http://www.mda.gov.br/portal/index/show/index/cod/134/codInterno/14139).
O Encontro de Arte, Cultura e Leitura foi realizado pelo Instituto Rosa e Sertão e Associação Mãe Ana ( Pequi - Chapada Gaúcha), em parceria com o MDA, MME-FURNAS/Programa Luz Para Todos, Prefeitura Municipal de Chapada Gaúcha e FUNATURA.
Ofereceu um espaço para discussões de cunho ambiental e cultural e sobre a experiência dos agentes e leitores das bibliotecas rurais a partir da biblioteca rural Arca das Letras. A comunidade Pequi é localizada no entorno da Reserva Estadual de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari e do Parque Estadual de Serra das Araras a 80 km da sede do município de Chapada Gaúcha/MG. É habitada por 210 famílias e com uma diversidade cultural conhecida na região, em especial, pelo o grupo de Bordadeiras, pela beleza cênica e por sua biblioteca rural.
O Encontro teve como objetivo troca de experiência entre os agentes de leitura e o estímulo a leitura. Contamos com a apresentação dos parceiros do programa no munícipio e com a oficina de Arte-educação. Este encontro mostrou que o Sertão é poesia e leitura.
Estamos nos preparando para o II Encontro que contará com os representantes das 6 comunidades participantes do programa Arca das Letras, música e folia. Aguardem!
Fotos: Arcanjo Daniel -Funatura
Damiana Campos- Rosa e Sertão

Nosso Manuelzinho-da-Crôa

Oficina com os Manuelzinhos-da-Crôa durante o VIII Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas.

Foto: Manuelzinho-da-Crôa
Foto: Antônia e Camis -Oficina de Arte-educação Foto: Daia e os manuelzinhos-da-Crôa
“(...) Eu olhava e me sossegava. O sol dava dentro do rio, as ilhas estando claras. –‘É aquele lá: Lindo!’ Era o manuelzinho-da-crôa, sempre em casal, indo por cima da areia lisa, eles altas perninhas vermelhas, esteiadas muito atrás traserias, desempinadinhos, peitudos (...) Mochozinho e fêmea – as vezes davam beijos de biquinquim (...) ‘É preciso olhar para esses com um todo carinho’” (Grande Sertão: Veredas. Guimarães Rosa 2007:143)
Ser criança é mais do que poder brincar a luz do sol. É riscar no chão vermelho e direcionar-se ao mundo azul. Ser Manuelzinho-da-Crôa é poder cantar, dançar e batucar ao som de uma folia.
Tudo começou numa brincadeira de ser palhaço,éramos três e hoje somos quinze.Quem um dia não me viu chorar ao declarar o meu amor pelo Manuelzinho-da-Crôa? Poucos.
Através do contar histórias, cantar canções de nino ou de batuque estas crianças nos preenche de alegria. Pois sabemos que o passarinho mais bonito e gentil está semeando em nosso lugar a esperança de estarmos em um mundo melhor.
Nossa ações são propostas acreditando no Cerrado em pé e eternizado nas pinturas de rosto feitas pelas Arte-educadoras. A toada escolhida é de nossa violeira e regida pela nossa professora e antropóloga. O registro e a nossa história através das cameras é feito pela nossa jornalista antropóloga. E onde tem criança tem quitutes e balas, sempre servidos pelas mulheres queridas do Rosa. E para finalizar os homens do Rosa não poderiam faltar, com sua força e paciência estão todos os dias a oberservar a grandeza que se transforma a cada passo que dedicamos a acreditar neste pedacinho de céu que é o nosso lugar.
Com esta rima simples apresento mais uma vez o nosso Manuelzinho-da-Crôa.
Oficinas: Todas as segundas-feira e terças-feira na Escola Municipal Santo Agostinho.