sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Nosso Manuelzinho-da-Crôa

Oficina com os Manuelzinhos-da-Crôa durante o VIII Encontro dos Povos do Grande Sertão Veredas.

Foto: Manuelzinho-da-Crôa
Foto: Antônia e Camis -Oficina de Arte-educação Foto: Daia e os manuelzinhos-da-Crôa
“(...) Eu olhava e me sossegava. O sol dava dentro do rio, as ilhas estando claras. –‘É aquele lá: Lindo!’ Era o manuelzinho-da-crôa, sempre em casal, indo por cima da areia lisa, eles altas perninhas vermelhas, esteiadas muito atrás traserias, desempinadinhos, peitudos (...) Mochozinho e fêmea – as vezes davam beijos de biquinquim (...) ‘É preciso olhar para esses com um todo carinho’” (Grande Sertão: Veredas. Guimarães Rosa 2007:143)
Ser criança é mais do que poder brincar a luz do sol. É riscar no chão vermelho e direcionar-se ao mundo azul. Ser Manuelzinho-da-Crôa é poder cantar, dançar e batucar ao som de uma folia.
Tudo começou numa brincadeira de ser palhaço,éramos três e hoje somos quinze.Quem um dia não me viu chorar ao declarar o meu amor pelo Manuelzinho-da-Crôa? Poucos.
Através do contar histórias, cantar canções de nino ou de batuque estas crianças nos preenche de alegria. Pois sabemos que o passarinho mais bonito e gentil está semeando em nosso lugar a esperança de estarmos em um mundo melhor.
Nossa ações são propostas acreditando no Cerrado em pé e eternizado nas pinturas de rosto feitas pelas Arte-educadoras. A toada escolhida é de nossa violeira e regida pela nossa professora e antropóloga. O registro e a nossa história através das cameras é feito pela nossa jornalista antropóloga. E onde tem criança tem quitutes e balas, sempre servidos pelas mulheres queridas do Rosa. E para finalizar os homens do Rosa não poderiam faltar, com sua força e paciência estão todos os dias a oberservar a grandeza que se transforma a cada passo que dedicamos a acreditar neste pedacinho de céu que é o nosso lugar.
Com esta rima simples apresento mais uma vez o nosso Manuelzinho-da-Crôa.
Oficinas: Todas as segundas-feira e terças-feira na Escola Municipal Santo Agostinho.

Um comentário:

  1. Muito bacana, Damiana! Parabéns! Espero que o projeto siga sempre cheio de poesia, de amor, de esperança num mundo mais digno.

    Beijos,
    Maria Fernanda (Mafê), de São Paulo

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